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24.11.06

A montagem da carteira - por StockHunter


A primeira consideração a ser feita quando da decisão de montar uma carteira é a mais Óbvia – É um bom negócio ?

Transpor esta barreira não é tarefa simples. O mundo da renda variável não é objetivo, muito ao contrário, é uma massa amorfa, rarefeita, onde se pode estar certo pelas razões erradas, e errar mesmo amparado pelas mais nobres das razões.

O que seria montar uma carteira ?

Conceito difícil. Sendo um trader ativo até a liquidez já é um bem na carteira. Tem custos : financeiro e de oportunidade .

Até mesmo operações onde há posições apenas vendidas se tem uma carteira – O ativo comprado é o próprio risco.

Voltemos ao básico. A clássica carteira de Ações.

Decidido que ter uma carteira de Ações é uma boa idéia, vem o próximo obstáculo a ser superado que é lidar com este risco.

Outro conceito extremamente subjetivo. O que é risco ?

Eu fico no clássico. O primeiro passo é o Gerenciamento de Capital.

Para tratar de Gerenciamento de Capital passo a bola para o Master Chief que é mestre na matéria.

Respeitadas as regras de Gerenciamento de Capital ainda não se superou totalmente o problema.

A escolha dos ativos é o próximo tropeço.

De novo o feijão-com-arroz. No máximo seis ações, com boa liquidez, sólidos fundamentos, e um alto grau de correlação negativa dentro da carteira para ajudar a dar giro ao longo do tempo.

Ainda há obstáculos a transpor.

Como decidir a compra?

Uns diriam que estudaram os fundamentos e o preço alvo de XXX4 em 31 de dezembro de 2.006 as 23:59 hrs. será de R$ rr,cc .

Um segundo grupo achou a correlação entre o Lula almoçar com o José Dirceu e o barril de petróleo estar por volta de US$ 50,00. Compra certa de XXX4

Outros não têm nenhuma dúvida que quando XXX4 cruzar a média móvel T para baixo, respeitando a média móvel U, com divergência entre o oscilador rápido G e o lento J, e claro, tem que esperar a confirmação do candle V no dia seguinte. Não tem erro, é sinal de compra para XXX4.

Finalmente, ufa, comprar XXX4 ação na quantidade Y. Problema resolvido ? Não. o que fazer ? Ir na pedra e tascar uma ordem ?

A este aspecto da montagem que tenho me dedicado. Como controlar a criação e o crescimento da carteira sem aumentar excessivamente o risco? Caso se tenha sucesso nos trades, como manter isso sob controle ?

Até o momento pensei dois caminhos. Como há possibilidade de se trabalhar com corretagem por tabela Bovespa com descontos, ou corretagem fixa por ordem limitada a um máximo por mês ou dia, claro que isso tem que ser pesquisado nas Corretoras, achei que um dos caminhos é se posicionar sempre em passos e não pontualmente.

Outra técnica que usei com sucesso é, para ações que tem negociação de Opções com alguma liquidez, fazer uma venda bem ITM, e ai ter uma faixa de preço para trabalhar a carteira usando a volatilidade do ativo ao longo da vigência da Opção. Observar que a idéia central neste momento não é a clássica de zerar a Opção, se bem que fica mais esta possibilidade aberta se o mercado mostrar este caminho – caso de uma queda muito forte e a Opção ficar com preço de pó. O ponto é ter uma faixa de preço e ir calibrando o tamanho da carteira com novas compras e o exercício da parte comprometida pela venda. Pode-se até estender muito este conceito usando o tempo para o vencimento e vender também OTM abrindo ainda mais a faixa de preço criada.

Óbvio que para esta venda temos que já ter uma carteira iniciada, e dentro de um preço médio razoável, para poder gerar uma venda bem ITM com uma boa taxa. Não precisa muito tempo. Em época de volatilidade não é difícil ver variações de mais de 5% em dois ou três dias, e isso combinado com uma gordurinha de uma Opção com um bom tempo de vida já abre esta possibilidade. A partir daí se pode acompanhar o mercado com mais tranqüilidade e fazer novas compras usando a faixa de preço que foi criada.

Antes que venham aquelas discussões clássicas de que venda coberta, até esta nomenclatura já tem uma grande carga de estigma, não protege muito, limita ganhos, observo que a questão aqui é uma técnica para ajudar a montar a carteira. Não zera riscos e claro que tem limitações. O fato é que já provei ser útil.

A idéia é colocar mais este ponto para estudo.

Quem sabe alguém se anima e ajuda a colocar parâmetros nesta abordagem.

Abraços a todos,

StockHunter

Um comentário:

Seagull disse...

Vamos desenvolver este tema, com certeza!

Como falamos ontem, passei a analisar alguns papéis com bons fundamentos, e observar os momentos gráficos para entrada e saída dos trades.

No estilo buy-and-hold, guardo apenas as Vales e Petros, por estarem vinculadas ao FGTS da família.

Mas procuro trabalhar com (entre 4 e 6 ) ativos que consigo manter um acompanhamento simultâneo. Sempre girando a carteira. Atingido meus objetivos de rentabilidade, realizo o lucro e tiro da tela principal - para não ficar triste caso valorize ainda mais. Mas, se for o caso, nada me impede de uma nova reentrada.

O ideal, e o que tento fazer, é partir para outro. Isto tem gerado ganhos na ordem de 15 a 20% mês. Mas, (in)felizmente, não arrisco todo o meu capital de uma vez.

Da parcela destinada à RV fico com 75% alocado, e o restante mantenho disponível para uma oportunidade que se apresente (ou alguém me mostre) e para umas estratégias que faço com os derivativos, seja travas, Compra ou Venda de Volatilidade, ou qualquer outro tipo de combinação com as opções que passe nas minhas avaliações de rsico X retorno - sempre favorável a mim.

No mais, estou aguardando a disponibilização do mini-índice diretamente na plataforma de negociações que utilizo, para evitar o sistema lento e congestionado da BM&F. Gosto muito da filosofia operacional do Master Chief para este mercado, e logo pretendo trabalhar estes contratos com mais efetividade.

What else?

Fiz questão de enviar um reply neste seu texto para dar uma continuidade ao proposto. Mas certamente, até pelo tamanho do que escrevi, este comentário poderia estar destacado como um novo post. Talvez eu faça isso mais tarde.

Abraço, Ivan! ;-)

^v^