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16.12.06

Telecom

O jogo da telefonia embolou
por Cris Correa - Portal EXAME
O que era para ser a maior operação de pulverização do controle acionário de uma empresa brasileira acabou se tornando um fiasco. Em assembléia realizada, os acionistas da Telemar rejeitaram a proposta de reestruturação societária feita pelos controladores da companhia (GP Investimentos, BNDES e os grupos La Fonte e Andrade Gutierrez). Quais serão os efeitos dessa decisão?

O primeiro deles é que o jogo da telefonia embolou. Todo o mercado aguardava com expectativa a votação da proposta. Se fosse aprovada, outras empresas se animariam a seguir o mesmo caminho. A primeira delas seria provavelmente a Brasil Telecom. Além disso, sem a pulverização do controle (que permitiria a saída dos atuais sócios controladores), a Telemar precisa encontrar alguma outra válvula de escape - ou para crescer e ter musculatura para enfrentar a Telmex e a Telefônica ou para que seus atuais sócios passem o abacaxi para terceiros. O presidente da Telemar, Luiz Eduardo Falco, disse logo após a assembléia de acionistas que a empresa pode tentar comprar a TIM (que está sendo vendida para a Claro). Analistas, porém, acreditam que outra saída seria procurar um comprador para a Telemar (embora seja difícil encontrar algum).

Outro efeito colateral é que os sócios, que nunca tiveram um relacionamento exatamente amistoso, devem agora ter sérios desentendimentos. Desde que a proposta de reestruturação foi apresentada, meses atrás, conversei pessoalmente com representantes de alguns acionistas e em todas essas conversas saí sempre com a mesma impressão: eles não falam a mesma língua. Agora, a possibilidade quase real de perder muito dinheiro deve fazer com que essas diferenças se intensifiquem.

O mercado já começou a punir a empresa. As ações ordinárias da Telemar caíram mais de 20%.

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