Plus500

15.2.07

Uma visão pessimista

Para contrabalançar o otimismo da maioria dos analistas, um artigo do Luís Nassif:

Merposa à vista

A enorme liquidez internacional, a postura passiva do Banco Central em relação ao câmbio, estão fazendo a festa dos especuladores, especialmente na Bolsa de Valores.

Nos últimos dias, houve valorizações fantásticas de autênticos micos do mercado, como Cobrasma, Estrela e outras menos votadas. Nos IPOs (lançamento primário de ações), os bancos responsáveis, especialmente estrangeiros, estão turbinando os papéis de forma agressiva.

Está se criando a temida bolha no mercado de ações. No ano passado, já alertava aqui que poderia ser o ano do mercado de ações, se as autoridades impedissem a formação de bolhas –especialmente o Banco Central, segurando esses fluxos especulativos, e a CVM (Comissão de Valores Mobiliários), o xerife marqueteiro do mercado.

Esses dias, um dos fiscais da CVM dizia que era impossível rastrear casos de vazamento de informações, devido ao fato do mercado estar tomando por fundos “offshore” de brasileiros cuja identidade não é revelada. É a zona risonha e franca, que passa ao largo do Banco Central, da Receita, da CVM.

Não faltará muito para que sejam lançadas ações da Merposa, a famosa Merda em Pós S/A, que virou sucesso de público no auge da especulação do início dos anos 70.

Não é à toa que nos últimos dias têm multiplicado "explicações" sobre o câmbio, e matérias absolutamente suspeitas tentando comprovar que o câmbio não está afetando os exportadores eficientes. Só não está afetando produtores de commodities altamente valorizados e "maquiadoras" -- exportadoras que dependem em grande parte de insumos importados.


http://luisnassif.blig.ig.com.br/

2 comentários:

Seagull disse...

Não vou mentir e dizer que não fico angustiado com a carteira zerada. A compulsão por compras neste mercado de alta é sentida até pelos mais experientes. Mas a cautela deve prevalecer. A bolsa vai ficando mais seletiva e é preciso saber garimpar empresas que não estejam sobrevalorizadas neste cenário de euforia.

Quais ativos podem reagir bem em uma contra tendência? esta é a pergunta. Os "safe-sectors"?

Ficar com dinheiro parado na conta incomoda! Passei a maior parte para um fundo de RF, lastreado em debêntures, que paga 108% do CDI, dá liquidez diária, não tem taxa de administração, nem come-cotas, tributando (como em ações) apenas 15% do lucro no resgate.

Mas e o resto? Acabei de entrar novamente em ELET3 na faixa dos 47,00! E o quie mais: construção?
Consumo interno? Dos bancos eu vou ficar fora...

Não está fácil!

Abs ^v^

Vamos ver se não me arrependo tanto quanto por ter vendido Vale! Esta ainda deu para livrar...

Marcelo disse...

Sei lá Seagull, eu não gosto muito de construção.

Historicamente é o último setor a se aquecer quando a economia vai bem e um dos primeiros a sentir os impactos de uma desaceleração...

E ainda tem a tal da bolha imobiliária, que não estourou mas está "murchando".

Agora também na Inglaterra:

"Further signs emerge today that the nation's booming housing market may be running out of steam as a survey shows house prices rising at their slowest pace since last June."

Do Guardian:
http://business.guardian.co.uk/story/0,,2013202,00.html