Plus500

17.5.07

Câmbio Super-Valorizado?

E a festa continua... a entrada consistente de dolares no Brasil tem como projetar um ponto de equilíbrio para o Real perante a moeda americana? A questão seria encontrar o patamar ideal, que nos proporcionasse um aumento e manutenção das reservas cambiais, sem comprometer ainda mais as exportações, a quantidade de emissão de moeda - e a consequente venda de juros através da realização dos costumeiros swaps reversos - para, assim, a relação "Dívida X PIB" continuar diminuindo.

Mesmo com o real bastante apreciado, o saldo das operações de exportação e importação mantém-se acima dos 40 bilhões de dólares ao ano, resultado de uma forte demanda externa que sustenta o preço das commodities brasileiras. No ano passado, a balança comercial registrou recorde histórico de superávit, e a previsão do mercado é de que os números para 2007 permaneçam nestes mesmos níveis.

O Risco-Brasil continua em queda, abaixo de 150 pontos e deixando o país cada vez mais próximo do gráu de investimento. Depois da Fitch elevar nosso rating em moeda local, agora foi a S&P que nos concedeu o BBB. Agora, como esperado, será a vez da Moody's. E quando chegarmos lá? Muitos fundos de pensão com patrimônios milionários poderão trazer seus recursos para o nosso mercado. O fluxo deve, então, aumentar mais, mesmo com uma queda mais acentuada na taxa de juros, uma vez que a inflação parece mesmo sob controle. Desta forma as empresas brasileiras poderão receber mais aportes financeiros para reforçar seus caixas através da compra de suas ações em Bolsa de Valores por fundos estrangeiros...

Todos esses fatores, aliados a um cenário internacional favorável, levam um grande número de especialistas a afirmar que o Brasil está passando por uma fase de transição – e o câmbio está se ajustando. Mas qual é o limite para isso? 1,90... 1,80... 1,50??? A queda do dolar em relação a outras divisas internacionais também vem sendo notada há algum tempo. Não é nenhum privilégio ou exclusividade do Brasil. Talvez estejamos reagindo até com um certo atraso...

Agora falta o PAC engrenar (e sair definitivamente do papel) e o governo implementar medidas que contribuam para o desenvolvimento das empresas e a redução de seus custos, como as reformas tributária e trabalhista, além de investimentos indispensáveis em infra-estrutura e logística.

O potencial de crescimento das companhias brasileiras é enorme, e bem superior ao de outros países (mesmo emergentes) sendo visto por investidores estrangeiros como um dos maiores atrativos do país. Desde a primeira eleição de Lula, em 2002, as ofertas no mercado acionário cresceram por volta de 1000%! O problema é que o mercado sempre antecipa - precificando - os fatos, e quando finalmente recebermos o tão almejado "Investment Grade" haverá ainda mais espaço para as continuadas altas nas bolsas e queda do dolar? Uma hora o dinheiro que entrou vai ser repatriado com lucro. Senão continuará sendo apenas ganho contábil! Quem viver verá! ;-)

O panorama não mudou como muitos imaginavam (eu inclusive)... mas ainda pode acontecer! Deixa a percepção de que a bolsa vai subir para sempre tomar conta da massa de novos investidores que trazem suas aplicações da RF para engordar ainda mais o mercado bursátil!

Texto redigido com base em notícias veiculadas no Jornal Valor, Revista Exame, com dados da CVM, Banco Central do Brasil, BM&F e Bovespa.

Um comentário:

Anônimo disse...

A reforma tributária depende dos Estados, não querem.

Respndem por 40% da carga tributária global.

Na luz, gás, telefonia e etc respondem por mais de 85%, diretamente.

Pimon