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22.6.07

BRKM5 e o Etanol

Braskem lança resina plástica feita de etanol

As resinas plásticas utilizadas pela indústria petroquímica são extraídas da nafta, do gás natural e de outras matérias-primas de origem fóssil, certo? Pois a Braskem está disposta a mudar esse paradigma. Nesta quinta-feira, a companhia anunciou que criou uma tecnologia capaz de formar resinas plásticas a partir do etanol, de origem vegetal – um material 100% renovável, portanto. Ao todo, a empresa investiu US$ 5 milhões na novidade, que já está sendo chamada de “polímero verde”.

O produto deverá ser destinado, principalmente, aos mercados asiático, europeu e norte-americano. “Um dos diferenciais competitivos é que os clientes que optarem pelo novo produto não precisarão fazer alteração em suas unidades fabris. O processamento é feito pelo mesmo mecanismo dos polietilenos de base fóssil”, informa Manoel Carnaúba, diretor industrial da Braskem e responsável pelo projeto. Os custos de produção, segundo José Carlos Grubisich, presidente da Braskem, devem ser muito próximos dos atuais. Mas, segundo um levantamento junto a clientes do mercado interno e externo da Braskem, há compradores dispostos a pagar ate 20% a mais pelo novo polímero.

Por enquanto, trata-se de um projeto-piloto. Apenas alguns clientes estão recebendo amostras para testes. O inicio da produção em escala industrial está previsto para o final de 2009. A expectativa é de que a capacidade instalada do polímero verde chegue a 200 mil toneladas anuais. A própria Braskem projeta que, em até 10 anos, deverá consumir 1 bilhão de litros de etanol por ano. “Queremos que o Brasil se transforme no Oriente Médio do polímero verde“, brinca Grubisich.

A fábrica responsável pela produção do novo polímero deverá demandar investimentos de até US$ 100 milhões. O local para sua instalação ainda não foi definido. O Rio Grande do Sul está na lista – embora não disponha de uma produção de etanol em larga escala. “Os locais onde a Braskem já conta com unidades estão no páreo”, informa Grubisich.

Um comentário:

Seagull disse...

Estava lendo justamente isto na EXAME:

Braskem cria tecnologia para fabricar plásticos usando etanol

No sistema tradicional, a resina é produzida a partir de derivados de petróleo

A Braskem anunciou, nesta quinta-feira (21/6), uma nova tecnologia de fabricação de resinas plásticas que utiliza o etanol como matéria-prima. No processo tradicional, a matéria-prima vem de derivados do petróleo, uma fonte não-renovável e que está cada vez mais cara no mercado internacional. De acordo com a companhia, já foram investidos 5 milhões de dólares no projeto. Parte da quantia foi aplicada na construção de uma usina-piloto para testar o método.

A tecnologia foi desenvolvida pelo centro de pesquisas da empresa e utiliza o etanol de cana-de-açúcar para produzir eteno, a matéria-prima para a fabricação de polietileno, plástico muito comum no dia-a-dia, presente em saquinhos de supermercado e embalagens de alimentos. Segundo a Braskem, o projeto entrará, agora, na fase de detalhamento técnico e econômico.

O início da produção em escala industrial está previsto para o final de 2009. A capacidade da nova planta será de até 200.000 toneladas. Ainda não está definido o local para instalá-la. "Esse projeto abre perspectivas muito positivas para o desenvolvimento de produtos plásticos feitos a partir de matérias-primas renováveis, um campo em que o Brasil possui vantagens competitivas naturais", diz José Carlos Grubisich, presidente da Braskem.

A empresa começará a distribuir amostras do produto a seus clientes em breve. A companhia afirma que as propriedades físicas e químicas do novo plástico são semelhantes às do produzido a partir de petróleo. O polietileno de etanol já recebeu um certificado de qualidade de um laboratório estrangeiro, o Beta Analytic.

A Braskem é a maior fabricante de resinas termoplásticas da América Latina, com 18 unidades no Brasil e capacidade instalada para 10 milhões de toneladas de produtos químicos e petroquímicos por ano.