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7.6.07

Cosan - CSAN3

Nenhuma outra ação do Ibovespa teve neste ano desvalorização tão grande quanto as da maior produtora de açúcar e álcool do país, a Cosan

EXAME

A Cosan, maior produtora de açúcar e álcool do Brasil, vive uma situação agridoce. De um lado, a companhia é incensada pelos especialistas como uma das que mais se beneficiarão com o impulso do mercado mundial de etanol. De outro, não vê seu prestígio junto ao público se refletir em aumento de valor. Pelo contrário: apesar da euforia no mercado acionário brasileiro, as ações da Cosan apresentam neste ano a maior queda acumulada entre as 60 empresas que compõem o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo. Até segunda-feira (4/6), a Cosan, que é listada no Novo Mercado, acumulava perdas de 16%, à frente da Natura (-11%), e da Aracruz (-10,1%). No mesmo período, o Ibovespa registrava alta de 19,72%, segundo a consultoria Economática.

Pioneira do setor sucroalcooleiro ao abrir capital em novembro de 2005, a Cosan conta com números financeiros positivos. Nos três trimestres de seu atual exercício fiscal (de 1º de maio de 2006 a 31 de janeiro de 2007), a empresa apresentou receita líquida de 2,923 bilhões de reais, 69% maior que os 1,730 bilhão do mesmo período do exercício anterior. O lucro líquido acumulado foi de 192,5 milhões de reais, ante prejuízo de 63,7 milhões no período anterior.

Etanol

Com esse cenário, as boas perspectivas de crescimento do consumo mundial de etanol pouco ajudam a conter as perdas dos papéis da Cosan. É verdade que os produtores brasileiros podem equilibrar a quantia de álcool e açúcar fornecidos de acordo com a demanda e os preços, mas a existência de contratos de longo prazo com os clientes limita a margem de manobra.

Além disso, o principal negócio da Cosan ainda é o açúcar. Nos três trimestres deste exercício fiscal, a receita com vendas de açúcar somaram 1,835 bilhão de reais, sendo 1,564 bilhão oriundos de exportações. As receitas com álcool somaram 916,4 milhões de reais – e maior parcela, 651,5 milhões, foi conseguida no mercado interno.

A Cosan não é a única do setor a ser castigada na Bovespa pela superprodução mundial de açúcar. A São Martinho, que lançou suas ações no mercado em fevereiro deste ano, acumula perdas de 9,48% nos últimos 30 dias.

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