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22.6.07

Tensão nos Mercados

Os mercados acionários globais caíram nesta sexta-feira por temores renovados sobre o setor de crédito imobiliário de alto risco nos Estados Unidos. Com a Bolsa de Valores de São Paulo não foi diferente. O Ibovespa terminou o dia em baixa de 0,71%, aos 54.267 pontos e volume financeiro de R$ 3,57 bilhões. Na semana, o índice se desvalorizou 0,46% .

Entre as ações de maior peso no índice, as da Companhia Vale do Rio Doce recuaram 0,61%, para R$ 73,60, enquanto as da Petrobras tiveram variação positiva de 0,02%, encerrando a R$ 51,31, com destaque de queda para os papéis da Copel, que recuaram 3,89%, para R$ 32,36. Na contramão do mercado, as ações da Cosan saltaram 6,03%, para R$ 36,05. O Wall Street Journal publicou que a Archer Daniels Midland (ADM), maior produtora de etanol dos EUA, tem interesse em comprar o maior grupo sucroalcooleiro nacional.

Na esteira da piora dos mercados internacionais, o dólar encerrou a sexta-feira com forte alta, reagindo a problemas relacionados ao mercado imobiliário dos Estados Unidos, e fechou a sessão com elevação de 1,36%, a R$ 1,943.

O banco norte-americano Bear Stearns anunciou que fornecerá até US$ 3,2 bilhões em financiamento a um hedge fund que administra, mas fontes disseram que um segundo fundo ainda está tentando um plano de reestruturação. O BS tem tido tensas negociações com credores há mais de uma semana após dois fundos sofrerem pesadas perdas por conta de maus investimentos em títulos de dívida relacionados a financiamentos imobiliários de alto risco e outras formas de dívida.

A tensão dos mercados deve continuar durante a semana que vem, quando o Federal Reserve se reúne para debater a taxa de juros norte-americana. Os indicadores econômicos dos EUA não têm mostrado consenso recentemente e os analistas observam de perto qualquer comentário do Fed. A decisão será anunciada na quinta-feira.

O preço do petróleo em Londres fechou acima dos US$ 71 por barril nesta sexta-feira devido a temores com a possível intensificação de uma greve geral na Nigéria, o que atrapalharia o oitavo maior exportador do mundo a embarcar a produção. Nos EUA as cotações subiram US$ 0,49, ficando em US$ 69,14 por barril, o maior fechamento desde 1º de setembro.

Líderes de sindicatos na Nigéria prometeram estender a greve contra um aumento dos preços dos combustíveis pelo terceiro dia nesta sexta-feira, após negociações com o governo terminarem em um impasse. A greve não interrompeu as exportações da Nigéria, tida como reserva de abastecimento de gasolina, mas o governo disse que não vai tolerar bloqueios nas estradas e intimidação dos sindicalistas, tornando o quadro mais hostil. Ataques de militantes à infra-estrutura petrolífera da Nigéria já reduziram a produção do país em cerca de um quarto.

Com informações da Agência REUTERS

Um comentário:

Seagull disse...

Bear Stearns injeta US$ 3,2 bilhões para salvar fundos

Instituição espera evitar a fuga de recursos e inverter os resultados negativos registrados este ano

Para salvar dois de seus maiores fundos da bancarrota, o banco de investimentos Bears Stearns vai injetar 3,2 bilhões de dólares nas aplicações, realizando um dos maiores planos de socorro dos últimos dez anos. Com a operação, a instituição espera evitar a fuga de recursos e inverter os resultados negativos registrados este ano.

Segundo agências internacionais, em 2007, o High-Grade Structured Credit Strategies contabilizou 10% de perdas, enquanto os prejuízos no High-Grade Structured Credit Strategies Enhanced Leveraged Fund chegaram a 20%. Ambos os fundos aplicam em produtos derivados de dívidas do setor imobiliário americano, que nos últimos meses apresentou forte desaquecimento.

Bancos como os gigantes Merrill Lynch, JPMorgan Chase e Lehman Brothers estão entre os que forneceram recursos para que os fundos da Bears Stearns alavancassem suas posições no mercado. Estima-se que a dívida chegue a 11 bilhões de dólares.

Ponta do iceberg

Para analistas do Bank of America, as perdas dos últimos meses no mercado imobiliário americano podem ser apenas a ponta do iceberg. O aumento dos juros nos Estados Unidos elevou a taxa cobrada dos mutuários, fazendo com que a inadimplência subisse. Os fundos do Bears Stearns investiam no segmento subprime, considerado o de maior risco de crédito, e correspondente a cerca de 70% do mercado de crédito imobiliário americano.

De acordo com o Bank of America, o alto índice de inadimplência obrigou ao menos 60 construtoras a vender ou encerrar suas operações, levando os fundos do Bears Stearns à situação delicada que se encontram hoje.

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