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9.4.08

Asas do Brasil

Depois da quebra da Varig, do caos nos aeroportos, dos acidentes com aviões e mortes de passageiros, da ascenção da GOL e TAM como big careers nas rotas internacionais, do surgimento e fracasso de algumas novas empresas "nanicas" como OceanAir, BRA, WebJet, constatamos, agora, que o dono do nosso espaço aéreo é o mosquito da dengue! Infelizmente tudo começou em tom de chacota, mas se tornou uma epidemia acima das piores expectativas.

E em 2009 tudo ainda pode piorar, se municípios, estados e até o governo federal não chegarem a um acordo de que ninguém ganha com isso. A própria população - que tem grande parcela de culpa pelo desleixo e irresponsabilidade de permitir a criação de focos em suas casas - está pagando um preço alto, que expõe a carência no tratamento sanitário, a deficiência dos serviços médicos, e o desdenho político - sempre mais preocupado em atribuir ao outro a "culpa" pelo inacreditável. E as eleições estão aí...

Mas quem perde mesmo é o Brasil, e não apenas o Rio de Janeiro - apesar de ser a maior porta de entrada dos turistas estrangeiros!

Felizmente, ainda temos empresários visionários neste país. Mesmo que eles tenham que vir de fora para trazer o seu knowhow. É assim que vai nascer a JetBlue brasileira pelas mãos do fundador da JetBlue norte-americana, David Neeleman, um empresário dos EUA com raízes brasileiras. Neeleman nasceu em São Paulo, quando seu pai veio trabalhar como correspondente da agência de notícias UPI. Além de falar português, também tem nacionalidade brasileira, o que desembaraça uma série de restrições aplicáveis a estrangeiros no segmento de aviação. E, na conta-mão de TAM e GOL, que usam Airbus e Boeings, vai fazer a sua frota composta por jatos exclusivamente construídos pela EMBRAER!



E o seu marketing não poderia estar sendo melhor, conclamando os interessados - por meio do site www.voceescolhe.com.br, a sugerir nomes para a nova empresa. Até agora, mais de 47 mil pessoas se cadastraram e sugeriram mais de 65 mil nomes. O autor do nome escolhido vai ter passagens gratuitas pelo resto da vida!

Não fosse apenas a iniciativa de um americano nascido no Brasil , acabei de ler hoje no jornal que o Eike Batista vai criar um centro de treinamento para pilotos no Rio de Janeiro. Este empresário, além de todo seu talento, ainda é um exemplo de carioca apaixonado pela sua cidade. Ele já percebeu a necessidade e potencial que uma escola de pilotos, com simuladores de última geração, tem a agregar neste carente setor, ainda com espaço para muito desenvolvimento.

Apenas para ilustrar, vocês não fazem idéia de quantas vezes tive que ir ao exterior apenas para revalidar minhas carteiras, ou fazer um novo ground school , a cada mudança de equipamento. Fora o tempo gasto nas viagens, o custo de hotéis, alimentação, a hora do aluguel nos simuladores, enfim, muitas despesas no exterior que poderiam gerar mais recursos para nosso país.

Sempre foi assim: no 737 fui fazer o curso na United em Denver, do 767 foi em Boeing Field - Seattle, no MD11, meu irmão foi para a China (Taiwan), eu para Fiumiccino (Roma) e outros amigos para a Helsinque, na Finlândia. Muito gasto e tempo perdido.

Que venham Neeleman's, Eikes e quem mais tiver visão... não adianta ser apenas financista e, assim como o Armínio Fraga (da Gávea Investimentos) , queimar dinheiro em micos como a BRA!

Se não cuidarmos de nosso espaço aéreo, os gringos vêm aqui e tomam tudo... ou pior, ficaremos infestados pelo mosquito da dengue!

:-(


Um comentário:

Seagull disse...

Fundador vai deixar JetBlue para cuidar da nova aérea brasileira
| 10.04.2008 | 12h26
David Neeleman surpreende e decide se dedicar integralmente à “JetBlue brasileira”


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EXAME O fundador da JetBlue, David Neeleman, vai deixar a companhia aérea americana de baixo custo para se dedicar integralmente à nova empresa que deve começar a operar no Brasil em janeiro de 2009. A decisão surpreende o mercado, que esperava que Neeleman mantivesse o foco nos Estados Unidos e colocasse um de seus filhos no comando da operação brasileira. A JetBlue informou nesta quinta-feira que Neeleman não será candidato à reeleição para a presidência do conselho de administração no encontro anual de acionistas que acontecerá em 15 de maio. “Minha decisão de não me apresentar para a reeleição vai permitir que possa focar minha atenção na nova empresa brasileira”, disse ele em nota.

A nova empresa aérea brasileira ainda não tem nome – será escolhido pela internet a partir de sugestões de consumidores. A empresa, entretanto, já levantou 150 milhões de dólares para iniciar as operações e acertou um contrato bilionário para a compra de até 70 aeronaves da Embraer. Entre seus sócios estão nomes de peso como o megainvestidor George Soros, Armínio Fraga (do fundo Gávea) e o bilionário Julio Bozano (terceiro maior acionista da Embraer). A “JetBlue brasileira” planeja oferecer rotas regionais, que não são muito exploradas por TAM e Gol. Neeleman promete cobrar tarifas abaixo do preço do mercado, realizar vôos com menos escalas e oferecer um serviço de bordo com importantes diferenciais sobre o de seus concorrentes. Por ter nascido em São Paulo, ele não enfrentará problemas com a legislação brasileira, que proíbe que estrangeiros controlem uma empresa aérea no país.

O fundador da JetBlue tornou-se famoso nos Estados Unidos por inovar e lucrar mesmo em momentos de dificuldade para o setor aéreo. Entre as idéias de Neeleman largamente copiadas por outras companhias está o e-ticket, a passagem aérea emitida pela internet, que economiza custos para a empresa aérea. A JetBlue também inovou ao oferecer serviços de bordo como TV ao vivo nas aeronaves e por criar fileiras de dois assentos – eliminando a desconfortável poltrona do meio.

Neeleman também é conhecido por tentar humanizar o serviço aéreo, trabalhando ele mesmo como comissário de bordo em alguns vôos para ouvir sugestões dos clientes e pensar em melhorias nos serviços. Quando a empresa enfrentou uma crise por atrasar centenas de vôos devido a uma nevasca em Nova York, Neeleman foi a diversos programas de TV e publicou anúncios em que pedia pessoalmente desculpas aos clientes.

A JetBlue foi fundada em 1998 com um capital de 130 milhões de dólares. Após registrar lucros em seus anos iniciais e conseguir ganhos mesmo em anos como 2001 – marcado pelos atentados de 11 de Setembro -, a JetBlue passou por um momento de reestruturação e voltou ao azul no ano passado. Mesmo com os altos preços do petróleo, a empresa tem sido capaz de apresentar bons resultados com foco em vôos domésticos e serviços diferenciados.