Plus500

24.10.08

O erro estratégico da Petrobras

Na verdade a responsabilidade maior é da inépcia governamental.

Ainda no auge da farra, e com o preço do óleo acima de U$140, o presidente da república anunciava com festa a descoberta de novos poços a cada soluço do mercado. E ao mesmo tempo, em seus arroubos ufanistas, declarava antecipadamente a auto-suficiência do país em petróleo, além de colocar em dúvida as parcerias e até o direito sobre a exploração das áreas licitadas. Chegou a conjecturar até a criação de uma nova estatal em detrimento do expertise da Petrobras na exploração de águas profundas - mas nem tanto!

Ou seja, criou um sentimento de desconfiança generalizado e acabou punido pela falta de habilidade em gerir um projeto (ou perspectiva?) ainda em fase de maturação.

Moral da história: será o pré-sal viável com a cotação do barril abaixo de U$70? E se cair para 50 dolares?

Enfim, da mesma forma como o Eike e sua OGX venderam ações como "terrenos na Lua", agora vemos a nossa petrolífera sentir os efeitos da recessão que se anuncia. Ao invés de estimular uma real auto-suficiência para abastecer nosso mercado interno, planos ambiciosos reinvindicavam (coisa de sindicalista) um ingresso para a Opep. Parece piada? Perdemos mais um bonde?

Os mais fanáticos ainda devem achar que a fartura da Bovespa de 2002 até maio deste ano resultou das políticas deste governo... pobre ilusão. O maior acerto foi dar autonomia (?) ao Banco Central e imunizar seu presidente contra os pilotos de submarino. Aqueles que, independente do seu partido, torcem pelo quanto pior, melhor.

Mesmo quem não acredita em indicações dos gráficos para o futuro é obrigado a aceitá-los como reflexo dos acontecimentos passados. E quanto a isto não há discussão, eles já foram escritos. Basta comparar o desempenho do S&P com o Ibovespa para constatar que a época de bonança poderia ter sido até melhor aproveitada. Enquanto mudaram fórmulas de cálculo para potencializar o PIB a 5%, a China e a Índia cresceram bem mais...

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